Diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini analisa valorização do dólar ante o real e os seus efeitos, defendendo a competitividade da indústria
A desvalorização do real ante o dólar é inevitável e favorável para estimular a retomada de competitividade da indústria brasileira em 2014. Mas essa correção cambial deveria acontecer acompanhada da intenção de reduzir seu impacto na inflação. A avaliação é do diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), Paulo Francini.
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo o último levantamento, ficou em 6,27% no acumulado de 12 meses. “Existe uma projeção de inflação para o final de 2013 que está em 5,8%, como o ocorrido no ano passado”, diz Francini. “A inflação foi mais aguda na questão de serviços e alimentação, quando o preço dos alimentos chegou a ter 15% de variação anual”, acrescenta.
O diretor do Depecon explica que a alta expressiva dos preços é um aspecto negativo da valorização do dólar versus o real no que seria um fenômeno conhecido como “pass-through”, ou seja, o repasse da desvalorização cambial para inflação. No caso de uma desvalorização do dólar, os preços caem. No passado, o governo manteve o dólar em baixa para reduzir a inflação. Na opinião de Francini essa manobra “foi usada de maneira até farta”.
(Agência Indusnet Fiesp – 29/08/2013)