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US$ 3 bilhões entram no Brasil na primeira semana de março

O ingresso de recursos do Brasil superou a retirada de divisas em US$ 3 bilhões na semana passada, informou o Banco Central nesta quarta-feira (11). Os números da autoridade monetária mostram que a entrada de recursos, no início de março, está relacionada com a internalização de dólares por conta das vendas externas. As operações da balança comercial contribuíram para o ingresso de US$ 2,5 bilhões na semana passada. Geralmente, quando o dólar está em um patamar mais elevado, os exportadores aproveitam para trazer os recursos ao país e ter um retorno maior por suas vendas. No acumulado deste ano, até a última sexta-feira (6), segundo a autoridade monetária, também houve mais ingresso do que saída de recursos do país. Neste período, US$ 5,78 bilhões entraram no Brasil. Em igual do ano passado, US$ 4,2 bilhões deixaram o país.

Impacto no dólar

A entrada de recursos registrada em fevereiro favoreceria, em tese, a queda do dólar. Com mais moeda norte-americana no mercado, seu preço tenderia, teoricamente, a ficar menor. Neste mês, porém, o dólar se valorizou. No fim de fevereiro, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 2,85, avançando para R$ 3,13 nesta quarta-feira (11) por volta das 16h. Além do fluxo de recursos, outros fatores também influenciam a cotação do dólar no Brasil. Entre elas, estão o comportamento da economia norte-americana, as sinalizações sobre a política monetária nos Estados Unidos, os indicadores da economia brasileira – que registraram desempenho ruim em 2014 – além de declarações de integrantes da equipe econômica e da oferta de contratos de “swap cambial” (que funcionam como venda de dólares no mercado futuro) pelo BC brasileiro, entre outros.

Retirada de estímulos nos EUA

Nos Estados Unidos, a expectativa dos analistas é de continuidade da retirada de estímulos à economia, que começa a dar sinais de recuperação. Em 2015, há previsão de que pode haver até mesmo aumento de juros nos Estados Unidos, o que tenderia a gerar retirada de dólares do Brasil, em direção aos EUA.

Indicadores da economia brasileira

Os indicadores da economia brasileira, que pioraram nos últimos anos e os fracos resultados dos últimos meses, também impactam a cotação do dólar no Brasil. As contas externas registraram em 2014 um déficit de 4,17% do PIB, o que configura o pior resultado em 13 anos (e um dos mais altos do mundo). Ao mesmo tempo, as contas públicas brasileiras tiveram o primeiro déficit da história no último ano, segundo informou o Banco Central. Após o pagamento de juros da dívida pública, foi registrado um déficit de R$ 343 bilhões – o equivalente a expressivos 6,7% do PIB no ano passado.

Swaps cambiais

O BC brasileiro também tem prosseguido com suas intervenções diárias no mercado com os “swaps cambiais” – que funcionam como venda de dólares no mercado futuro, atenuando as pressões no mercado à vista. Em dezembro, o presidente do BC, Alexandre Tombini, informou que o programa diário da oferta de swaps terá prosseguimento em 2015, com um valor entre US$ 50 milhões e US$ 200 milhões por dia. Os swaps cambiais são contratos para troca de riscos. O Banco Central oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento deles, o BC se compromete a pagar uma taxa de juros sobre valor dos contratos e recebe do investidor a variação do dólar no mesmo período. É uma forma de a instituição garantir a oferta da moeda norte-americana no mercado, mesmo que para o futuro, e controlar a alta da cotação. Assim, o BC acalma a procura por dólares sem mexer nas reservas internacionais. O investidor, preocupado com a tendência de alta, tem interesse em comprar dólares. Quando aceita a operação, fica estimulado a querer a queda ou a manutenção do dólar, para que não tenha que pagar ao banco mais do que receberá em juros. Essa taxa, normalmente, acompanha a Selic, que é a taxa básica da economia brasileira e hoje está em 12,75% ao ano. Se o dólar tiver variação acima disso, por exemplo, quem perde é o investidor.

(11/03/2015)

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