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Queda da indústria e do varejo afetou receita do setor de serviços

A queda da atividade industrial e do varejo em março afetaram o desempenho do setor de serviços, de acordo com Roberto Saldanha, técnico da coordenação de serviços e comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A receita nominal dos serviços desacelerou e cresceu 6,8% em março na comparação com igual mês do ano anterior, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta terça-feira. Foi o terceiro pior resultado da série histórica da PMS, iniciada em janeiro de 2012. Na comparação entre março e igual mês do ano passado, a produção da indústria recuou 0,9%, ao passo que as vendas do comércio varejista restrito caíram 1,1%.
“A indústria e o comércio são grandes consumidores de serviços. Quando essas atividades não vão bem, os serviços também são afetados, já que eles são complementares. Nessa conjuntura, o setor de serviços sofre como um todo, mas o mais atingido é o de transportes, que é mais dependente dessas atividades”, afirmou Saldanha.
Transportes
O setor de transportes cresceu 8% em receita em março frente a igual mês do ano anterior, a menor taxa desde os 8,2% de agosto do ano passado. A alta foi inferior à observada em fevereiro, de 14,7%, também na comparação interanual. “Foram menos mercadorias e matérias-primas circulando”, disse Saldanha. Para o técnico, a queda nas exportações brasileiras e a estiagem que afetou o setor agrícola afetaram os serviços de transportes e correio. “O transporte de mercadorias agrícolas afetou o transporte terrestre, enquanto a cabotagem foi influenciada pelo menor volume de exportações.”
Pesou também sobre os transportes e todo o restante do setor, a queda nas atividades de comércio e indústria, combinada a um menor consumo do governo.
“O serviços estão atrelados ao comércio, à indústria e ao governo. As três esferas de governo demandam muitos serviços, principalmente os terceirizados. Num momento de contenção orçamentária do governo central, há impacto nessa atividade”, disse Saldanha.
Famílias
Além dos transportes, a receita das outras quatro atividades que integram a pesquisa do IBGE desacelerou entre fevereiro e março. Os serviços profissionais, administrativos e complementares subiram 8,8% em março ante igual mês de 2013, ao passo que serviços de informação e comunicação aumentaram 4,4% e os outros serviços tiveram alta de 3,3%. Nessa base de comparação, os serviços prestados às famílias cresceram 10%. O resultado mostrou queda acentuada no ritmo de crescimento do setor frente aos dois meses anteriores, quando foram verificadas altas de 13% e 13,3%, respectivamente, em janeiro e fevereiro, em comparações interanuais.
“A desaceleração no ritmo de crescimento da renda pode estar afetando, sim, os serviços prestados às famílias. Houve uma perda de três pontos percentuais [entre o crescimento de fevereiro e março], mas os serviços prestados às famílias ainda se mantêm em um bom patamar de expansão”, afirmou Saldanha. Fazem parte dos serviços prestados às famílias atividades como esportivas, artísticas, cabeleireiros, clínica de estética, serviços de alojamento, entre outros.
(Valor – 20/05/2014)

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