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Petrobras bate mínima em cinco anos e vira vilã da bolsa

Se em 2013 o mercado elegeu OGX como a “vilã” da bolsa brasileira, neste ano Petrobras tem grandes chances de levar esse troféu. A ação PN da estatal fechou ontem valendo R$ 14,80. Trata-se da menor cotação do papel em mais de cinco anos, desde 21 de novembro de 2008 – período pós-crise financeira mundial -, quando valia R$ 13,79. Investidores e analistas já sabem há tempos que 2014 não seria um ano fácil para a Petrobras. Portanto, não é surpresa que as ações PN da estatal já acumulem perda de 13,3% neste ano. Como o ativo possui um peso de quase 8% na carteira teórica do Ibovespa, sua queda expressiva tem impacto relevante no índice. Logo, qualquer semelhança com o quadro OGX versus Ibovespa observado em 2013 não é mera coincidência. Da baixa de 7,6% acumulada pelo índice até agora, Petrobras PN já contribui com mais de 1 ponto percentual. Segundo analistas ouvidos pelo Valor, a principal razão para a piora dos papéis da companhia neste momento é a forte desvalorização cambial. A defasagem no preço dos combustíveis no mercado doméstico em relação aos valores praticados mundialmente faz com que a Petrobras perca seu “hedge” (proteção) natural contra a variação cambial. Devido à falta de capacidade das refinarias brasileiras para atender a demanda, a Petrobras é obrigada a importar combustíveis a preço internacional e revender a um valor inferior. Embora também seja exportadora de petróleo – e tire proveito da alta do dólar nessa ponta da operação -, sua produção ainda não cresceu significativamente, apesar das grandes descobertas do pré-sal. Inclusive, o preço atual da ação PN, de R$ 14,80, é inferior aos cerca de R$ 25,00 que ela valia quando o governo fez os primeiros anúncios da descoberta do pré-sal, em outubro de 2007. Um analista ouvido pelo Valor calcula em R$ 20 bilhões a redução anualizada do Ebtida (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês) da Petrobras em 2014, se mantido o atual nível de defasagem de preços – de 12% na gasolina e 14% no diesel, segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) – e os mesmos volumes de vendas.

(Valor, 30/01/2014) 

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