diretoria executiva da Petrobras aprovou em reunião na terça-feira (24) o início do projeto de revisão da governança corporativa da petroleira e do seu modelo de gestão organizacional, informou a companhia em comunicado ao mercado nesta quarta-feira (25). O projeto de revisão da governança ocorre em função do novo ambiente de negócios e da revisão do plano de investimentos da companhia, disse a Petrobras.
“O projeto terá liderança da presidência e orientação da diretoria executiva, e será conduzido por um grupo de executivos com experiência em diversas áreas da companhia”, acrescentou a Petrobras.
Dificuldades de caixa
A Petrobras enfrenta dificuldades de caixa para financiar os seus novos projetos e já admitiu que terá que rever mais uma vez o seu plano de negócios. A empresa previa investimentos de US$ 220,6 bilhões para o período entre 2014 e 2018. No plano estratégico anterior, de 2013 a 2017, eram previstos US$ 236,7 bilhões. Para complicar ainda mais o cenário de “inferno astral”, os preços do petróleo caíram para níveis de 2009, abaixo dos US$ 50, o que diminui a rentabilidade de projetos no pré-sal.
Denúncias
Os negócios da Petrobras começaram a ficar sob suspeita a partir de indícios de superfaturamento na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e de pagamento de propina a funcionários da petroleira pela companhia holandesa SBM Offshore. Mas foram as suspeitas de superfaturamento e evasão de divisas na compra da refinaria de Pasadena, no Texas, que colocaram a companhia de vez nas páginas policiais. Segundo o TCU, o negócio causou à estatal um prejuízo de US$ 792,3 milhões. Em decisão preliminar, o TCU determinou, em 2013, o bloqueio dos bens de 11 atuais e ex-diretores da estatal, entre eles o antecessor de Graça Foster na presidência da empresa, José Sérgio Gabrielli. Na ocasião, a ex-presidente da Petrobras Graça Foster admitiu que a compra da refinaria nos EUA “não foi um bom negócio”, mas afirmou que, na época, a aquisição foi aprovada por unanimidade pelo Conselho de Administração e estava dentro da diretriz da estatal de expandir o refino de óleo no exterior. Membros do TCU defenderam o bloqueio de bens de Graça Foster em razão dos prejuízos com Pasadena, mas o julgamento do pedido já foi adiado 3 vezes.
(G1 – 25/03/2015)