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O BC deve explicar por que o Brasil não é candidato à quebra

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, exagerou em uma das suas maiores virtudes, a discrição, no recente episódio de desclassificaçãopública do Brasil pelo Federal Reserve. A ausência de uma nota formal do BC contraditando ponto por ponto os fatores de vulnerabilidade da economia brasileira denunciados pelo Fed causa estranheza. Trata-se de um episódio sério de omissão em um assunto que envolve não somente órgãos técnicos, mas o interesse nacional em relação à defesa da moeda. Se o BC cala, consente. Responder apenas que discorda da visão da autoridade monetária norte- americana, conforme foi o procedimento de Tombini e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, diminui a credibilidade do país em questão essencial. Pronunciar-se em teleconferência reservada com correspondentes estrangeiros, como fez o presidente do BC, coloca em dúvida a sua convicção e apequena a dimensão do seu próprio cargo. O mutismo oficial, não bastasse a sua inconveniência precípua, impede que aqueles interessados em se expressar contrariamente à atitude do Fed assim o façam, pois não dispõem de subsídios avalizados para tratar da questão. Os pontos levantados pelo Fed são correlações que devem e podem ser questionadas em sua ponderação e, em alguns casos, na presunção de irreversibilidade dos fundamentos, o que desidrata a acusação de fragilidade. De acordo com o Fed, as variáveis pelas quais o Brasil somente é superado pela Turquia em probabilidade de estilhaçamento econômico são as seguintes: déficit em conta corrente/ PIB, dívida interna/PIB, taxa anual de inflação nos últimos três anos, dívida externa/exportações e variação no quinquênio passado do crédito bancário ao setor privado/PIB. Imagina- se que o BC tenha considerações a fazer sobre o assunto; que essas considerações interessem as demais Nações; que interessem ao povo brasileiro. Talvez fosse até o caso de um comunicado na grande mídia norte-americana.

(Relatório Reservado, 20/02/2014)

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