Close

Not a member yet? Register now and get started.

lock and key

Sign in to your account.

Account Login

Forgot your password?

Juros futuros longos avançam com ajustes após pesquisas eleitorais

Com as pesquisas eleitorais divulgadas na quarta-feira à noite (Datafolha e Ibope) desautorizando apostas em vitória de Marina Silva (PSB) na corrida presidencial já no primeiro turno, as tesourarias empurraram os juros futuros para cima nesta quinta-feira, em um claro movimento de ajuste de posições após a forte — e exagerada, segundo parte dos analistas — redução dos prêmios de risco. A inclinação da curva a termo, contudo, permanece negativa, o que sugere manutenção das apostas em uma mudança da política econômica no ano que vem. Avançaram as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) com vencimento em janeiro de 2017 (de 11,14% para 11,25%) e janeiro de 2021 (de 10,92% para 10,98%). Na pesquisa Ibope, Dilma subiu de 34% para 37%, mantendo a dianteira em relação a Marina, que passou de 29% para 33%. No Datafolha, Dilma tem 35% e Marina, 34% — ou seja, estão tecnicamente empatadas. Não se confirmaram os rumores de que Marina, que lidera nas simulações para o segundo turno, poderia liquidar a disputa já na primeira rodada. Menos do que uma guinada das expectativas, a alta dos DIs parece mais reflexo de um rearranjo técnico. Analistas ressaltam que a reviravolta do cenário eleitoral fez com que vários agentes corressem para desmontar posições, o que teria acentuado o mergulho dos DIs nos pregões anteriores. A recomposição dos prêmios de risco também está amparada pelo cenário externo, marcado por alta das taxas dos títulos do Tesouro americano (Treasuries). A T-note de 10 anos, referência para os negócios de renda fixa em todo o mundo, atingiu 2,44%, com investidores à espera do “payroll” de agosto. Ademais, o rendimento real (yields) estava bem deprimido pelo impacto da fuga para a qualidade gerada pelas tensões geopolíticas. Até mesmo as taxas dos títulos de 10 anos da Alemanha avançam nesta quinta-feira, em uma correção após o mergulho recente. Analistas ressaltam, contudo, que ambiente de taxas baixas em todo mundo e de liquidez ampla deve continuar dando as cartas nas operações de renda fixa. Prevalece ainda no mercado um aperto monetário gradual nos EUA será contrabalançado pelos estímulos na Europa e no Japão. O Banco Central Europeu (BCE) surpreendeu os investidores ao anunciar um corte da taxa básica de 0,15% para 0,05%. E a taxa de depósito negativa passou de -0,1 para -0,2%. Além disso, o presidente da instituição, Mario Draghi, anunciou outras medidas, entre elas a compra de títulos lastreados em ativos a partir de outubro. Entre os contratos curtos, houve ligeira alta do DI janeiro/2015, de 10,78% para 10,81%. No pós-Copom, o derivativo foi o mais líquido do pregão, com quase 700 mil contratos negociados. Ao suprimir a expressão “neste momento” no comunicado em que anunciou, na noite desta quarta-feira, a manutenção da Selic em 11%, o Copom deu um sinal claro, segundo analistas, de que não pretende alterar a taxa básica em 2014. Investidores que mantinham pequenas apostas em afrouxamento monetário até o fim deste ano correram para ajustar posições.
(Valor – 04/09/2014)

Login