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Juros futuros fecham em leve queda com ajuste de posições

Depois de uma arrancada pela manhã em meio à onda de zeragem de posições e ao resultado fiscal ruim do setor público em agosto, os juros futuros perderam força ao longo da tarde e terminaram o pregão desta terça-feira em queda na BM&F. Segundo operadores, investidores aproveitaram o ambiente externo mais tranquilo e a perda de fôlego do dólar à tarde para corrigir parte dos excessos da sessão de segunda-feira. Com máxima de 12,52%, a taxa do contrato futuro de Depósitos Interfinanceiros (DI) com vencimento em janeiro de 2021 era negociado no call de fechamento a 12,21% (ante 12,38% ontem, após ajustes). Após atingir 12,45% pela manhã, DI janeiro/2017 trabalhava a 12,23%, mínima do dia (ante 12,35% ontem). Ontem, as taxas futuras dispararam em um amplo processo de realinhamento dos prêmios de risco após pesquisas eleitorais mostrarem que a presidente Dilma Rousseff (PT) não só retomou a liderança na corrida presidencial como pode liquidar o pleito já no primeiro turno. É grande a expectativa para a divulgação, hoje à noite, de pesquisas Datafolha e Ibope. As fragilidades domésticas voltaram para o foco dos investidores: crescimento baixo, inflação alta, superávit primário pequeno (senão inexistente) e déficit em transações correntes. O Governo Central — que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central (BC) — amargou déficit primário de R$ 10,422 bilhões em agosto, o pior para o mês em toda a história. Com isso, no acumulado do ano, o superávit primário (economia para pagar juros da dívida pública) é de R$ 4,675 bilhões, o equivalente a 0,14% do Produto Interno Bruto (PIB) — um número muito aquém da meta, de 1,55% do PIB. O setor público consolidado tem superávit primário é de apenas 0,3% do PIB, muito longe da meta de 1,9%. Segundo relato da jornalista do Valor Aline Oyamada, o analista da Moody’s responsável pelo rating brasileiro, Mauro Leos, afirmou hoje que trabalha com a expectativa de que Dilma anuncie mudanças para “cuidar dos problemas fiscais e de crescimento”. A informação de que Guido Mantega não estará à frente do Ministério da Fazenda em 2015 já seria, segundo Leos, uma “mensagem subliminar” de que as políticas não serão as mesmas. “Mesmo que haja percepção negativa no começo, isso pode mudar com as políticas certas. A política da próxima administração determinará a direção da economia e do rating”, afirmou Leos, ressaltando que o prazo protocolar para reavaliação do rating é de 12 a 18 meses, mas que pode haver mudanças antes caso a agência julgue conveniente. Como a Moody’s colocou a nota brasileira (“Baa2”) em perspectiva negativa neste mês, uma mudança ocorreria, em tese, apenas em 2016. “Se o cenário estiver muito pior, muito claro que está pior, não teremos que esperar. Mas, se parecer que está melhor, é provável que esperemos para ver”, disse o analista.

(Valor – 30/09/2014

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