Atividade recua 0,3% ante junho, em novo sinal de que recuperação do segundo trimestre perdeu fôlego. Consultorias não esperam crescimento da economia de julho a setembro; dado do BC tenta prever PIB do IBGE.Após o forte crescimento de abril a junho, a economia brasileira começou o terceiro trimestre em retração. O forte aumento das vendas do comércio em julho não compensou o fraco desempenho da indústria e da agricultura, o que provocou uma queda do PIB, segundo estimativa do Banco Central. O IBC-Br, índice do BC que mede mensalmente o desempenho da economia, caiu 0,3% em julho ante o mês anterior. A queda foi menor que a esperada por analistas, mas corroborou a percepção de que a economia perdeu fôlego rapidamente. “A queda do PIB em julho reforça o cenário de arrefecimento da atividade. Apesar da surpresa positiva nas vendas no varejo [alta de 1,9% em julho], a queda da atividade econômica em julho foi espalhada e liderada pela indústria de transformação”, afirma relatório do Itaú. Em agosto, a equipe do Itaú calcula que houve nova queda da produção industrial. Mas, como os sinais são de que o recuo do setor foi menor que o de julho (2%), a estimativa é que a atividade econômica em geral teve leve crescimento em agosto. Ainda assim, o banco manteve a expectativa de pequena contração do PIB no terceiro trimestre. A avaliação é semelhante à da consultoria Tendências. Segundo o economista Rafael Bacciotti, os dados antecedentes que costumam sinalizar qual será o desempenho da indústria, como fabricação de papel ondulado e fluxo de veículos nas estradas, indicam uma nova retração da produção em agosto. “E o forte avanço do varejo não deve se repetir, pois o mercado de trabalho e a oferta de crédito estão fracos.”
(Folha de S.Paulo, 14/09/13)