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Indústria de SP demite mais de 50 mil de janeiro a outubro de 2014

O setor manufatureiro de São Paulo demitiu 51 mil funcionários de janeiro a outubro deste ano, o pior resultado desde 2006, ano em que a Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp) apresentaram sua primeira pesquisa sobre o mercado de trabalho do segmento. Na avaliação do diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e do Ciesp, Paulo Francini, o emprego na indústria deve encerrar 2014 com um saldo negativo de mais de 100 mil vagas.

“Eu diria que, ao concluir o ano, teremos eventualmente o pior ano da série [histórica]. A nossa previsão, tida como alarmista, encaminha-se para esse resultado”, afirma Francini.

A pesquisa havia registrado uma demissão tão expressiva somente no ano de 2009, auge da crise financeira internacional, quando a indústria demitiu ao menos 26 mil funcionários em São Paulo. Em outubro deste ano, a indústria paulista fechou 12.500 vagas, o equivalente a uma queda de 0,37% do quadro de funcionários em comparação com setembro, na leitura com ajuste sazonal.

“Setembro é, tradicionalmente, o melhor mês de emprego da indústria e normalmente em outubro já cai, comparativamente a setembro”, explica Francini, acrescentando que justamente por isso a expectativa não era positiva. Em setembro, a indústria demitiu seis mil funcionários. As demissões no setor de açúcar e álcool também influenciaram a queda do índice para o mês. Em outubro, o segmento foi responsável por 4.054 do total de vagas fechadas, enquanto o restante da indústria demitiu 8.446 no mês. De janeiro a outubro deste ano, a indústria sucroalcooleira criou 8.407 vagas, com uma participação total de 7,7% no total de empregos. Essa participação foi de 14% durante o mesmo período em 2013, de 26,2% em 2012 e chegou a 40,3% em 2009, ano da crise.

“Açúcar e álcool vêm, na verdade, influenciando nos últimos anos por ser [um setor] cada vez menos gerador de empregos. A mecanização [da colheita] acabou reduzindo, como já era esperado, uma porção de postos de trabalho ligados ao setor”, diz Francini. “Adicionalmente há uma crise no setor influenciada por preços e uma crise no ano em que a produção foi baixa por conta da pluviometria no estado de São Paulo”, completa o diretor.

Setores e regiões
Dos 22 setores avaliados pela pesquisa da Fiesp e do Ciesp, 14 demitiram, seis contrataram e dois mantiveram seu quadro de funcionários. A quantidade de setores negativos também é a mais expressiva da série histórica do levantamento. A indústria de produtos alimentícios fechou 5.205 postos de trabalho, enquanto o setor de máquinas e equipamentos demitiu 1.680 funcionários. No campo das contratações, o segmento de confecção de artigos de vestuário e acessórios se destacou a criar 414 vagas. A pesquisa apura o emprego industrial em 36 regiões de São Paulo, e 29 computaram baixa no mercado de trabalho do setor, cinco informaram contratações e duas ficaram estáveis. Entre os resultados positivos, destaque para São Carlos, cujo mercado trabalho da indústria cresceu 1,67%, impulsionado pelas indústrias de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (9,38%) e de produtos de borracha e plástico (16,39%). O emprego em São Bernardo do Campo também subiu, 0,74%, em meio a contratações nos segmentos de veículos automotores e autopeças (1,49%) e de produtos alimentícios (1,03%). A região de Santos também registrou alta, a 0,58%, estimulada pelo crescimento do emprego nos setores de confecção e artigos de vestuário e acessórios (5,29%) e produtos de minerais não metálicos (1,65%). Rio Claro se destacou entre as perdas com queda de 2,54%, influenciada por demissões nas indústrias de produtos alimentícios (-10,33%) e de máquinas e equipamentos (-4,50%). Sertãozinho também anotou forte queda, de 2,23%, em meio a reduções nos segmentos de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-3,49%) e, também, de produtos alimentícios (-0,89%). A região de São João da Vista computou baixa de 1,98% no emprego, abatida pelo setor de produtos de borracha e de material plástico (-11,76%) e pela indústria de máquinas e equipamentos (-2,57%).

(Agência Indusnet Fiesp – 13/11/2014)

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