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Fibria acelera seus planos de diversificação em biocombustíveis e portos

Maior produtora mundial de celulose de eucalipto, a Fibria está avançando na estratégia de diversificação. Ao mesmo tempo que mantém o foco na conquista da nota “grau de investimento”, se prepara para tomar importantes decisões sobre investir e ampliar negócios nos setores de portos e de biocombustíveis.
Até o fim do ano, a Fibria decidirá sobre a instalação da primeira unidade fabril de sua joint venture com a americana Ensyn Corporation no país. Com a aprovação do conselho de administração, o projeto de produção de óleo combustível a partir de biomassa estará operacional no começo de 2015. “Já temos pronto o plano de negócios para o Brasil”, disse ao Valor o presidente da Fibria, Marcelo Castelli. “A decisão sobre a primeira unidade será tomada neste segundo semestre.”
A parceria entre a companhia brasileira e a Ensyn foi anunciada em outubro do ano passado. Com investimento de US$ 20 milhões, a Fibria comprou uma fatia de 6% no capital da produtora de biocombustível e acertou a constituição de uma joint venture no Brasil, voltada à produção futura de combustíveis líquidos e químicos a partir de biomassa. O acordo garante ainda à Fibria a opção de elevar a participação na Ensyn a aproximadamente 9%, com aporte adicional de US$ 10 milhões.
Nos Estados Unidos e no Canadá, o investimento médio em uma nova unidade gira em torno de US$ 80 milhões. O valor, contudo, não pode ser replicado para um projeto no Brasil sem alguns ajustes. A empresa americana opera, atualmente, cinco unidades em fase comercial na América do Norte e seu planejamento estratégico contempla a instalação de mais 20 fábricas nessa região.
Conforme Castelli, também avançaram os planos de expansão do Portocel, terminal portuário localizado em Barra do Riacho (ES) e por onde passa 70% da celulose exportada pela indústria brasileira. A decisão sobre o projeto, que poderá duplicar o tamanho do terminal, será tomada em 2014, mas as conversas com potenciais parceiros já foram iniciadas – hoje a Fibria detém 51% do porto e outros 49% pertencem à Cenibra.
“A proposta é atrair outros parceiros, que participem do financiamento mas também acoplem seu negócio”, contou o executivo. O projeto de expansão do Portocel prevê a implantação de um quarto berço de atracação – hoje são três, com capacidade anual para 6 milhões de toneladas – e um novo terminal com quatro berços, com capacidade anual para 8 milhões de toneladas. O investimento total está estimado em R$ 480 milhões.
Conforme Castelli, a Medida Provisória (MP) dos Portos reforçou a percepção de que o governo quer a participação da iniciativa privada no setor. “Temos de decidir como será feito. Será uma nova empresa?”, disse. Seja qual for o modelo, a Fibria tem claro que o plano é “não fazer sozinho.”
Em relação ao mercado de celulose, o executivo afirmou que os preços mundiais da matéria-prima deverão sentir apenas em 2014 o impacto do início de operação de duas novas fábricas neste segundo semestre. “Vemos estabilidade até o fim do ano, a depender do câmbio”, afirmou. Neste momento, disse Castelli, o mercado segue “apertado”. “Há sazonalidade na Europa [com redução das compras de celulose], mas os estoques estão baixos”, ponderou.
Com a oferta adicional de 1,3 milhão de toneladas por ano de Montes del Plata, joint venture entre Stora Enso e Arauco, e mais 1,5 milhão de toneladas da unidade da Suzano em Imperatriz (MA), a tendência é a de que os preços da matéria-prima recuem a partir do fim deste ano, segundo analistas e consultorias que acompanham a indústria. Entre esses profissionais, também há expectativa de queda no curtíssimo prazo, diante da temporada de baixa no Hemisfério Norte.
O piso para os preços da matéria-prima, contudo, estaria entre US$ 725 e US$ 750 por tonelada. “Deve haver recuo mais adiante, mas não muito significativo, porque os custos da indústria subiram demais”, ressaltou Castelli.

(Valor, 08/07/13) 

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