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‘Economist’ sugere a Dilma menos intervenção na economia

Os próximos cinco anos podem ser pouco animadores para a economia brasileira, prevê um estudo divulgado nesta quarta-feira (29) pelo The Economist Group, holding da revista britânica de mesmo nome e da Economist Intelligence Unit. Pela projeção, a inflação só ficará abaixo de 6% ao ano em 2017. O país deve crescer acima de 2%, na melhor das hipóteses, a partir de 2016. E a taxa Selic, uma das mais altas do mundo, não cairá para menos de 9,5% ao ano até 2019. Este foi o diagnóstico para o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff – a menos que a governante “faça mudanças incisivas e reduza o intervencionismo na economia”, conclui o grupo. O atual governo foi marcado por desonerações, preços represados e controle da valorização do dólar.

“Num cenário de inflação acima do centro da meta (4,5%) e déficit público crescente até 2019, haverá necessidade de Dilma fazer um ajuste fiscal”, considera a diretora regional para a América Latina e Caribe do The Economist Intelligente Unit, Irene Mia.

Pontos fortes e fracos
A análise, no entanto, conclui que o eventual ajuste adotado pelo segundo governo de Dilma deve ser pequeno e insuficiente para reconstruir a confiança dos investidores. “Provelmente, o setor privado terá que engolir mais quatro anos de ‘mais do mesmo’”, afirma a executiva. A boa notícia, nas projeções do grupo, é que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) – feito por multinacionais em filiais no exterior – deve permanecer alto no país, apesar dos indicadores macroeconômicos desfavoráveis. O estudo também enumerou a ascensão da classe média para 48,7 milhões de pessoas, desde 2003, e o baixo desemprego recorde – que ficou em 4,9% em setembro – como pontos altos do atual governo.

Ameaça externa
No entanto, reforça Mia, fatores externos podem representar uma ameaça a estas conquistas no longo prazo. O primeiro seria a desaceleração do crescimento da China, que deve cair de 7,3% este ano para 5,6% até 2019, projeta o “The Economist”. A recuperação da economia norte-americana, com o gradual afrouxamento da ajuda monetária do Federal Reserva (Fed), tende a reduzir a disponibilidade de dinheiro no país e, por consequência, a competitividade.

“Os investidores ficarão muito seletivos com a menor liquidez internacional, e este será um grande desafio para o Brasil”, observa a executiva do The Economist Group. De acordo com o estudo, o caminho mais rápido para Dilma aumentar a competitividade neste cenário é pelo abandono do “intervencionismo e protecionismo, movendo-se para uma política de mercado mais aberta”.

“Dilma parece ser sua própria ministra da Fazenda”, comenta o editor-chefe da revista “The Economist” em São Paulo, Jan Piotrowski. A publicação declarou abertamente seu apoio ao candidato derrotado Aécio Neves (PSDB) durante as eleições presidenciais.

(G1 – 29/10/2014)

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