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Dólar fecha em queda pelo 3º dia

O dólar fechou em queda pelo terceiro dia nesta terça-feira (22), em linha com outros mercados emergentes, após números de inflação nos Estados Unidos alimentarem expectativas de que os juros não devem subir tão cedo na maior economia do mundo.

O movimento também refletiu a diminuição das tensões geopolíticas, após a derrubada do avião malaio no leste da Ucrânia.

A moeda norte-americana perdeu 0,54%, para R$ 2,2118.

Na semana, o dólar perdeu 0,74% e no ano, 6,18%. No mês, a moeda tem valorização de 0,08%.

“O número cheio (da inflação nos EUA) não surpreendeu, mas houve uma pequena desaceleração no núcleo. Como o mercado está bastante sensível a esse tema, foi o suficiente para fazer o dólar depreciar”, afirmou à Reuters o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Os preços ao consumidor nos EUA subiram 0,3% em junho, em linha com as expectativas do mercado. Mas o núcleo da inflação desacelerou, levando investidores a apostarem que o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode ter margem para aumentar a taxa de juros mais tarde do que o esperado.

Juros mais baixos nos EUA mantêm a atratividade de ativos financeiros de outros países, como o Brasil, com potencial para atrair mais dólares. Nesse quadro, a divisa norte-americana recuava contra diversas moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

Contribuía para reduzir a pressão sobre o dólar o alívio na crise ucraniana, que tem afetado os mercados globais desde a semana passada e levado investidores a evitarem ativos de risco, como aqueles denominados em real.

Nesta terça-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a Rússia usará sua influência sobre os separatistas no leste da Ucrânia para permitir investigação completa sobre a queda do avião da Malaysian Airlines.

Clima tranquilo
“A gente percebe que o clima está mais tranquilo, tanto aqui quanto lá fora. Esse alívio nos problemas na Ucrânia deu uma oportunidade para os investidores voltarem ao mercado doméstico”, afirmou à Reuters o operador de uma corretora nacional.

Com isso, o dólar continuava assentado na banda informal de R$ 2,20 a R$ 2,25. Boa parte do mercado acredita que esse intervalo agradaria ao Banco Central brasileiro, por não ser inflacionário e não prejudicar as exportações.

Pela manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, com volume correspondente a US$ 198,7 milhões. Foram 3 mil contratos de 2 de fevereiro de 2015 e 1 mil para 1º de junho de 2015.

O BC também vendeu a oferta total de até 7 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Ao todo, o BC já rolou pouco menos da metade do lote total, que corresponde a US$ 9,457 bilhões.

(G1 – 22/07/2014)

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