Depois de dois trimestres consecutivos de queda, os custos da indústria brasileira voltaram a subir. O Indicador de Custos Industrias aumentou 3,6% no terceiro trimestre em relação ao período imediatamente anterior, informa o estudo divulgado nesta terça-feira (10), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Todos os componentes do indicador – custos de produção, de capital de giro e tributário – subiram no terceiro trimestre na comparação com o segundo.
O custo de produção – formado pelos custos com pessoal, bens intermediários e energia – subiu 3,7% no período. Foi o maior aumento dos últimos cinco trimestres. Grande parte desse aumento é resultado da alta de 4,7% nos custos de bens intermediários (insumos e matérias-primas). A maior elevação, de 6,4%, ocorreu nos bens intermediários importados e foi impulsionada pela desvalorização do real diante do dólar. Os custos dos insumos nacionais aumentaram 4,4%. Além disso, o custo da energia, que inclui energia elétrica e óleo combustível, teve alta de 0,8% no terceiro trimestre na comparação com o segundo. O aumento, registrado depois de duas quedas consecutivas, foi puxado pela expansão de 1% no custo da energia elétrica. O custo com óleo combustível ficou estável, com alta de 0,1%. Embora em ritmo mais lento que no trimestre anterior, quando registrou alta de 2,8%, o custo com pessoal cresceu 1,1% no terceiro trimestre.
JUROS E IMPOSTOS – Conforme o estudo, o custo de capital de giro aumentou 13,1%. “Esse movimento está diretamente ligado à interrupção da política de redução dos juros e a retomada do ciclo de crescimento da taxa Selic, que já subiu 2,75 pontos percentuais desde abril deste ano”, avalia a CNI. Ainda no terceiro trimestre, o custo tributário aumentou 2,3% na comparação com o trimestre imediatamente anterior. O aumento interrompe uma sequência de três quedas consecutivas no indicador e, de acordo com a CNI, reflete a interrupção do processo de desoneração da produção. O aumento de 3,6% nos custos industriais no terceiro trimestre foi superior ao crescimento de 2,4% nos preços dos produtos manufaturados no mercado interno. “Após quatro trimestres consecutivos em que os preços dos produtos manufaturados cresceram mais que os custos, a indústria brasileira voltou a sentir pressão sobre sua margem de lucro”, diz o estudo.
(Portal da Indústria – 10/12/2013)