A balança comercial brasileira teve déficit de US$ 1,13 bilhão na semana passada, entre os dias 19 e 25 deste mês, informou nesta segunda-feira (26) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Exportações tiveram queda de 16% na média diária. O resultado negativo da balança comercial, que ocorre quando as importações são maiores que as exportações, está relacionado com a queda dos produtos vendidos para o exterior, que recuaram nessa semana 16%, pela média diária, frente às três primeiras semanas de maio. O saldo também se deve ao aumento de 14% nas compras do exterior, cuja média diária somou US$ 1,09 bilhão na semana passada, o maior valor semanal deste ano. Na última semana, caíram as vendas externas de produtos básicos (-17,2%), semimanufaturados (-16,4%) e também de produtos manufaturados (-16,2%) sobre as três primeiras semanas de maio. Ao mesmo tempo, aumentaram as importações de combustíveis e lubrificantes, veículos automotores e partes e farmacêuticos, entre outros.
Parcial de maio
Com o forte déficit registrado nas transações comerciais na última semana, o saldo comercial, que estava até então positivo em maio, “virou” e passou a ficar no vermelho. No acumulado de maio, até este domingo (25), foi contabilizado um déficit de US$ 345 milhões, com exportações em US$ 15,72 bilhões, com queda de 5,4% sobre o mesmo mês do ano passado, ao mesmo tempo em que as importações somaram US$ 16,07 bilhões, com aumento de 0,2% sobre maio de 2013.
Acumulado deste ano
Na parcial deste ano, até 25 de maio, a balança comercial brasileira registrou um déficit de US$ 5,91 bilhões. No mesmo período do ano passado, o déficit era menor: US$ 4,62 bilhões. No acumulado do ano, as exportações somaram US$ 85,04 bilhões, com média diária de US$ 876 milhões (queda de 2,9% sobre o mesmo período do ano passado), enquanto que as importações totalizaram US$ 90,95 bilhões, ou US$ 937 milhões por dia útil. Sobre o mesmo período de 2013, houve queda de 1,2%.
Resultado de 2013
Em 2013, a balança comercial brasileira registrou superávit (quando as exportações são maiores do que as importações) de US$ 2,56 bilhões, o pior resultado para um ano fechado desde 2000, quando houve déficit de US$ 731 milhões. De acordo com o governo, a piora do resultado comercial do ano passado aconteceu, principalmente, por conta do serviço de manutenção de plataformas de petróleo no Brasil, que resultou na queda da produção ao longo de 2013, e pelo aumento da importação de combustíveis para atender à demanda da economia brasileira. Os dados oficiais mostram, porém, que o saldo comercial do ano passado só foi positivo por conta da “exportação” de plataformas de petróleo que, na realidade, nunca deixaram o Brasil. Essas operações somaram US$ 7,73 bilhões em 2013. As plataformas foram compradas de fornecedores brasileiros por subsidiárias (empresas que têm o capital de outras) no exterior de companhias como a Petrobras e, depois, “internalizadas” no país como se estivessem sendo “alugadas”, mesmo sem saírem fisicamente do Brasil. Com isso, as empresas do setor recolhem menos tributos.
Expectativa para este ano
A expectativa do mercado financeiro para este ano, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, é de pequena melhora do saldo comercial. A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 3 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior. Já o BC prevê um superávit da balança comercial da ordem de US$ 8 bilhões para 2014, com exportações em US$ 253 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 245 bilhões.
(G1 – 26/05/2014)