O principal índice da Bovespa fechou em queda nesta terça-feira (11), afetado pelo quadro externo negativo e o declínio de commodities, após a China desvalorizar sua moeda em resposta à debilidade econômica.
O Ibovespa, principal indicador da bolsa, caiu 0,57%, a 49.072 pontos. Veja cotação.
O principal índice da bolsa paulista reduziu a baixa nos ajustes de fechamento, após a agência de classificação de risco Moody’s informar que decidiu cortar a nota do Brasil, mantendo o grau de investimento e alterando a perspectiva de negativa para estável.
Após uma leva de dados econômicos fracos, o banco central chinês fixou a taxa de câmbio oficial quase 2% abaixo do nível anterior, a 6,2298 iuanes por dólar – patamar mais baixo em quase três anos.
O BTG Pactual disse que a decisão do BC chinês foi mais uma medida para estimular a segunda maior economia do mundo e que, de modo geral, tem efeito negativo sobre as ações atreladas a commodities. Mas os analistas do banco avaliaram, no entanto, que se for uma movimento único, esse impacto deve ser limitado.
O BTG avalia que o setor siderúrgico é o mais afetado, com mineradoras experimentando efeito misto, enquanto papel e celulose deve sofrer impacto mínimo. “Continuamos cautelosos”, disseram os analistas do banco em nota a clientes, segundo a Reuters.
Wall Street endossou o viés negativo na bolsa paulista, com o S&P 500 terminando em queda de quase 1%, também sob efeito da surpreendente movimento do BC chinês. O índice de commodities da Thomson Reuters recuou 1,55%.
Do cenário local, balanços corporativos seguiram no foco, conforme a safra de resultados entra na fase final, assim como o cenário político, com destaque para medidas apresentadas pelo presidente do Senado para enfrentar a crise.
Renan Calheiros (PMDB-AL) expôs um pacote de sugestões, com eixos temáticos focados na melhoria do ambiente de negócios, equilíbrio fiscal e proteção social, e foi elogiado pela presidente Dilma Rousseff.
Para o Bank of America Merrill Lynch, o anúncio dessas novas medidas pode reduzir o ruído político, embora, conforme o relatório da casa nesta terça-feira, o mercado provavelmente seguirá cético até a implementação real das medidas.
A Vale fechou com as preferenciais em queda de 5,11% e com as ordinárias caindo 3,88% diante do cenário desfavorável para commodities no exterior, após decisão chinesa de desvalorizar sua moeda. Entre as siderúrgicas, Gerdau e Usiminas recuaram cerca de 3%, enquanto CSN perdeu 3,75%.
A Petrobras fechou com queda de 1,21% nas preferenciais e de 0,36% nas ordinárias, conforme o petróleo despencou pressionado ainda pelo aumento nas projeções da Opep para a oferta de petróleo por países não membros do cartel em 2015.
(G1 – 11/08/2015)