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Bovespa fecha em queda com pressão de Vale, Ambev e siderúrgicas

Feriado nos Estados Unidos, falta de indicadores na agenda macroeconômica e a persistência do mistério sobre a equipe econômica do novo governo de Dilma Rousseff mantiveram os investidores na defensiva na bolsa brasileira nesta terça-feira. As ações da Vale, da CSN e da Ambev foram os destaques negativos do dia, enquanto Oi e exportadoras figuraram entre as maiores altas. O mercado também reagiu à informação de que o governo não terá um compromisso explícito com a meta de superávit primário para as contas do governo em 2014. Segundo nota do Ministério do Planejamento, o menor crescimento econômico e o impacto sobre as receitas “necessárias aos investimentos e políticas públicas previstas” justificariam essa medida.

“Em termos práticos, uma meta flexível é entendida pelo mercado como a ausência dela. Aos poucos, cresce a desconfiança com o real compromisso do governo em fazer os ajustes necessários”, comentou a Guide Investimentos em nota. O estrategista da Fator Corretora, Paulo Gala, chamou atenção hoje para a queda generalizada de confiança no país. “Sem confiança não há investimento, não há consumo e não há crédito, ou seja, a economia para”, afirmou o especialista em relatório enviado aos clientes. Segundo ele, a economia corre o risco de entrar numa “espiral de pessimismo” de difícil saída. A estagnação pode se agravar e os níveis de desemprego podem subir, dificultando ainda mais a retomada.

“O desafio número um hoje no Brasil é reestabelecer esses níveis de confiança para que a economia volte a funcionar normalmente. Os preços de ativos financeiros refletem essa falta de perspectiva: Bolsa voltando para os 50.000 pontos, juros futuros subindo e câmbio se desvalorizando”, conclui Gala. O Ibovespa fechou em baixa de 0,48%, aos 52.474 pontos, com volume de apenas R$ 4,886 bilhões. Entre as principais ações do índice, Vale PNA (-3,66%) puxou as perdas, acompanhada de Ambev ON (-1,96%), e Itaú PN (-0,05%). Petrobras PN (0,14%) se recuperou no fim do dia e Bradesco PN terminou em alta de 0,60%. O J.P. Morgan reduziu hoje a recomendação para as ações da Ambev de “comprar” para “manter” e baixou o preço-alvo de R$ 20 para R$ 17. A redução deve-se à falta de fundamentos que poderiam levar a companhia a crescer no próximo ano. A instituição também acrescentou como fatores negativos a perspectiva de aumento nos custos da companhia com a necessidade de racionamento de água e energia elétrica no país, aumento da carga tributária sobre o setor no próximo ano e a perspectiva de desvalorização do real. A desaceleração do consumo e o aumento de custos, incluindo o do alumínio para produção de latas, custos de energia e água, devem comprimir margens da companhia, em um momento em que a empresa já enfrenta dificuldades para reajustar preços, lembra o J.P. As ações da Vale, Bradespar PN (-3,29%) e de siderúrgicas, como CSN ON (-4,46%) ficaram entre as maiores baixas da bolsa. Os papéis acompanharam a queda no preço das commodities no mercado internacional e reagiram ao relatório do Citi, que divulgou previsão pessimista sobre as cotações do minério de ferro. O banco fixou em US$ 78 o preço da tonelada para o quarto trimestre em relatório enviado a clientes. Até o terceiro trimestre do ano que vem, a média deve chegar a US$ 60, podendo alcançar mínima de US$ 50, acrescenta a instituição. A commodity vendida aos consumidores na China encontra-se próximo a US$ 75,50 por tonelada, o pior nível desde junho de 2009, segundo números da consultoria Steel Index. Na ponta positiva ficaram Oi PN (4,68%), Marfrig ON (3,52%) e Embraer ON (3,17%). As ações da Oi sobem forte desde ontem, embaladas pela informação de que a empresária angolana Isabel dos Santos, mulher mais rica da África e filha do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, fez uma oferta de 1,217 bilhão de euros pela Portugal Telecom, ou 1,35 euro por ação. O conselho de administração da Oi rechaçou a proposta. Embraer ON se recuperou das perdas de ontem, com a notícia de que o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) voltou atrás e decidiu manter o limite de 60 assentos para subsídio de voos de aviação regional no projeto que está em discussão no Congresso. A retirada do limite faria a Azul desistir de parte de uma encomenda de 50 aviões da Embraer e optar por aviões maiores, como os fabricados por Boeing e Airbus.

(Valor – 11/11/2014)

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