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Bovespa fecha em baixa diante de clima político conturbado

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em baixa nesta quarta-feira (4), com investidores preocupados com potenciais riscos do conturbado ambiente político para o ajuste fiscal amplamente aguardado e desejado pelo mercado financeiro. O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, fechou com queda de 1,63%, a 50.468 pontos.
As ações da Petrobras recuaram mais de 3%, segundo dados preliminares, com notícias dando conta de que a estatal pode buscar financiamento de até US$ 19 bilhões. Os papéis de bancos também pressionaram o Ibovespa, por preocupação sobre a exposição de tais instituições ao escândalo envolvendo a Petrobras. Na terça-feira, a agência de classificação de risco Moody’s afirmou que os riscos relacionados à operação Lava Jato são maiores para os bancos públicos, que podem ser compelidos pelo governo a oferecer suporte à estatal e à sua base de fornecedores. As ações do Banco do Brasil recuaram quase 5%. Na ponta positiva, as ações da Gerdau fecharam em alta de mais de 5%, depois que o balanço do quarto trimestre da companhia mostrou lucro de R$ 393 milhões, acima das estimativas, com analistas citando como supresa positiva as operações no Brasil.

Clima político

Na terça, o governo federal precisou enviar projeto de lei com urgência constitucional ao Congresso Nacional para substituir medida provisória que poderia gerar receita ao governo de cerca de R$ 14,6 bilhões, depois que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), rejeitou a MP. Na visão do ex-diretor do Banco Central Mario Mesquita, a “retaliação” de Calheiros não descarta a proposta, mas irá atrasá-la. Ele acrescentou que o impacto financeiro da situação não seria significativo no ajuste fiscal, embora seja “lamentável”. Mesquita, que hoje está à frente da equipe de economia do Banco Brasil Plural, escreveu em nota a clientes que, “apesar do revés, o governo parece incansável”, citando, entre outros pontos, o envio ainda na terça-feira de um projeto de lei replicando a medida provisória da tributação sobre as empresas.
Também na terça-feira, a Procuradoria-Geral da República encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) 28 pedidos de inquérito para investigar 54 pessoas suspeitas de envolvimento na Lava Jato, incluindo o presidente do Senado, segundo noticiaram jornais nesta quarta-feira.

(G1 – 04/03/2015)

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