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Anúncio do BCE promove alta de moedas emergentes e dólar cai 1,01%

O anúncio de medidas de estímulo hoje pelo Banco Central Europeu (BCE) impulsionou a alta das moedas emergentes frente ao dólar, diante de um cenário de maior apetite por ativos de risco. O mercado de câmbio local acompanhou o movimento no cenário externo, com o dólar fechando em queda frente ao real. O dólar comercial caiu 1,01%, encerrando a R$ 2,2610. No mercado futuro, o contrato futuro para julho recuava 0,69% para R$ 2,278. Segundo o diretor de mercados emergentes e estratégia do Citibank em Londres, Luis Costa, as medidas de estímulos anunciadas hoje pelo BCE para impulsionar a economia na zona do euro — que incluem a redução das taxas de juros além da elaboração de um programa de injeção de liquidez no mercado por meio da compra de títulos — devem incentivar um aumento da alocação em ativos de renda fixa “high yield” (de alto risco e alto retorno). O diretor do Citi destaca que, em um primeiro momento, essas medidas de estímulo devem favorecer as operações de carry trade (que buscam ganhar com a arbitragem de juros) com moedas de países próximos à Europa como a Turquia, Rússia e África do Sul, e em um segundo momento pode ser favorável para as moedas latinas como o real. O dólar caía 0,98% frente à lira turca e 0,65% em relação ao rand sul-africano. O economista-chefe para a América Latina do ING, Gustavo Rangel, também vê um cenário favorável para a retomada das operações de carry trade, que deve beneficiar, no curto prazo, países com altas taxas de juros como Brasil, Turquia e África do Sul. Com uma taxa básica de juros de 11% ao ano, o Brasil tem se beneficiado desses fluxos de curto prazo direcionados para a renda fixa. “Os ativos brasileiros continuam atrativos no curto e médio prazos”, afirma Costa, do Citi. Apesar do cenário ser favorável para países emergentes no curto prazo, Rangel, do ING, vê maior volatilidade nos mercados a partir de outubro, quando o Federal Reserve deve concluir o tapering. “Os investidores vão começar a questionar quais os próximos passos do Fed e a tendência é de maior volatilidade”, afirma. Nesse cenário, o economista acredita que o Banco Central deve estender o programa de intervenção no câmbio, previsto para acabar em 30 de junho, destacando que a inflação é a prioridade da autoridade monetária no curto prazo. Dado que o nível de atividade econômica deve permanecer fraco neste ano, com a possibilidade de uma possível recessão, a variável câmbio será um ponto chave para a inflação neste ano. Segundo o estrategista da Fator Corretora, Paulo Gala, se o câmbio for mesmo até R$ 2,50 no final do ano, como preveem alguns economistas, a inflação deverá estourar o teto da meta e “obrigar” o BC a recomeçar um novo ciclo de alta da Selic. Segundo o economista do ING, a tendência é de desvalorização do real, que pelos fundamentos econômicos, deveria estar perto de R$ 2,40. Hoje o BC vendeu todos os 4 mil contratos de swap cambial ofertados no leilão do programa de intervenção, cuja operação somou US$ 198,7 milhões. A autoridade monetária ainda rolou mais 10 mil contratos de swap do lote de US$ 10,060 bilhões que vence em 1º de julho. Com isso, o BC já renovou US$ 1,5 bilhão do lote total. Se mantiver o mesmo ritmo até o fim do mês, o BC terá concluído a rolagem de US$ 8,750 bilhões do lote total que vence em julho, deixando vencer US$ 1,310 bilhões.

(Valor – 05/06/2014)

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