A indústria de São Paulo registrou um saldo negativo de 20,5 mil vagas na passagem de setembro para outubro, segundo a Pesquisa de Nível de Emprego da Fiesp e do Ciesp. O resultado do mês passado significa uma queda de 0,83% do indicador, na leitura com ajuste sazonal.
De janeiro a outubro deste ano, a indústria paulista já demitiu 159 mil empregados. Ainda segundo a pesquisa, o saldo de empregos no setor ficou negativo em 237,5 mil vagas na comparação entre outubro deste ano com outubro de 2014.
“Continua caindo num plano de inclinação constante, a uma taxa de 20 mil a 25 mil empregos por mês. E a nossa previsão de chegar perto de 250 mil empregos a menos parece que vai se cumprir”, afirma Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e do Ciesp.
Das 20,5 mil vagas fechadas no mês, 769 correspondem ao setor de açúcar e álcool, enquanto a indústria de transformação foi responsável por 19.731 demissões.
A situação do emprego na indústria paulista no acumulado do ano já é pior que o quadro verificado durante o mesmo período em 2009, auge da crise financeira mundial.
Em 2009, o emprego industrial de janeiro a outubro daquele ano registrava queda de 1,06%. Já em 2014, o resultado para o mesmo período ficou negativo em 1,95%. Mas este ano, o mercado de trabalho do setor amarga uma forte queda de 6,28%.
“O ano 2015, podemos garantir, é o pior ano para o emprego na indústria do Estado de São Paulo. À frente grande melhora? Pelo menos que consigamos enxergar, não”, completa.
Setores e regiões
Dos 22 setores apurados pelo Depecon, 16 informaram demissões em outubro, quatro se mantiveram estáveis e dois registraram contratações.
A indústria que mais demitiu no mês foi a de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, com baixa de 3.762 vagas em outubro. Na contramão, a indústria de celulose e papel criou 233 postos de trabalho.
O Depecon também analisa o mercado de trabalho da indústria em 36 regiões do Estado de São Paulo. Em outubro, 29 informaram demissões, quatro contrataram e três ficaram estáveis.
A região de Franca se destacou no mês passado com alta de 0,39% no emprego industrial, motivada por contratações no setor de artefatos de couro e calçados (1,22%). A indústria de Marília registrou aumento de 0,33% do emprego, em meio a criações de vagas nos segmentos de produtos alimentícios (0,39%) e de artefatos de couro e calçados (0,52%). E a região de Cotia avançou 0,31%, influenciada pelo setor de produtos químicos (3,38%).
Entre as baixas, destaque para a região de Diadema, com queda de 4,26% no emprego em outubro, pressionado por demissões por parte dos setores de veículos automotores e autopeças (-10,96%) e de produtos químicos (-7,72%).
O emprego na indústria de Santo André exibiu forte queda de 3,86% no mês passado, influenciado pela queda nos segmentos de veículos automotores e autopeças (-10,31%) e de produtos de metal (-5,83%).
Em Taubaté, o emprego na indústria caiu 3,25% em outubro, abatido por perdas em veículos automotores e autopeças (-3,72%) e produtos de metal (-9,57%).
(Agência Indusnet Fiesp – 17/11/2015)