A Bovespa fechou nesta quinta-feira (3) em queda, pressionada por ações de bancos e da Petrobras, com investidores realizando lucros após as altas sucessivas do principal índice da bolsa nos últimos dias, e pelo setor de construção, após o Banco Central elevar a taxa de juros na véspera. O principal índice da bolsa fechou abaixo da linha que separa ganhos de perdas em 2014, mas manteve-se acima dos 51 mil pontos. O Ibovespa recuou 0,57%, a 51.408 pontos. A ação do Itaú Unibanco foi a maior influência de baixa do dia, depois de atingir sua maior cotação no intradia, a R$ 35,31. Ações do setor de construção e sensíveis aos juros como Cyrela, Rossi Residencial e MRV Engenharia pressionaram o índice, um dia depois do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ter elevado a taxa Selic a 11% ao ano. “Essas empresas (de construção) apresentaram lucros aquém do esperado (no quarto trimestre). Mesmo assim, com a maré boa, as ações recuperaram um pouco. Mas agora, como o Copom subiu a taxa Selic, a curva de juros fica um pouco mais para cima, o que afeta os financiamentos”, disse à Reuters o analista-chefe da Corretora Magliano, Henrique Kleine. Apesar do Banco Central ter indicado o fim do ciclo de aperto monetário com mudanças em seu comunicado, a notícia não era positiva para o setor, uma vez que não se sabe por quanto tempo a Selic permanecerá no patamar atual. A realização de lucros de investidores nesta quinta ocorreu após o Ibovespa ter subido 2,85% na véspera, o que, somando-se às altas de um rali em março, permitiu ao índice anular as perdas acumuladas em 2014. A divulgação na sexta-feira do relatório de emprego mensal dos Estados Unidos, cujo resultado pode pavimentar o caminho para mudanças na política monetária da maior economia do mundo, deve dar o tom dos negócios na próxima sessão.
(G1- 03/04/2014)