As moedas emergentes hoje passaram por um forte movimento de aversão a risco, com uma venda generalizada dessas divisas frente ao dólar. Além dos fatores internos desses países, o dado do PMI industrial da China mais fraco contribuiu para a queda das moedas atreladas a commodities como o real. O dólar fechou em alta de 1,31% a R$ 2,4030, maior patamar desde 22 de agosto de 2013, quando encerrou em R$ 2,4320. Já o contrato futuro para fevereiro avançava 1,30% para R$ 2,41. Analistas afirmam que houve forte demanda de estrangeiros por dólar no mercado futuro. Apesar do fluxo positivo de recursos, concentrado por ingressos de uma empresa estatal, ter ajudado a segurar a alta do dólar durante a manhã, a moeda americana ganhou força logo após o fechamento da taxa Ptax, passando a acompanhar o movimento no exterior. Lá fora, o dólar tem um dia de expressiva valorização em relação a divisas de risco e associadas às commodities, após números mais fracos vindos da China que lançaram dúvidas sobre a recuperação da segunda maior economia do mundo. A alta da moeda americana foi acentuada ainda após dados nos EUA reforçarem leituras de que o mercado de trabalho do país segue melhorando. Nesta quinta-feira, o HSBC divulgou a prévia do índice de gerentes de compras da indústria chinesa, uma medida da atividade industrial em todo o país. Em janeiro, o indicador recuou para 49,6, o ponto mais baixo em seis meses. A leitura final de dezembro havia ficado em 50,5. O dólar subia 0,84% frente ao dólar australiano, 1,02% em relação ao rand sul-africano e 1,37% frente à lira turca. O fato de o Banco Central da Turquia não ter elevado as taxas de juros ontem provocou perda de confiança na instituição. Nem mesmo a venda de dólares por parte do banco central turco impediu a lira de renovar sua mínima histórica ante o dólar.
(Valor – 23/01/2014)