O petróleo está flertando com a marca de US $ 100 o barril pela primeira vez este ano, agora que melhorias na infraestrutura de transporte do produto nos Estados Unidos estão aliviando o excesso de oferta no centro do país. Os preços dos contratos de referência subiram mais de 9% desde o começo de janeiro. A alta foi alimentada pela abertura de um novo oleoduto que conecta o maior centro de armazenamento de petróleo dos EUA à principal zona de refino na costa do Golfo do México. Na tarde de ontem, o contrato futuro para entrega em março era negociado a US$ 100,38 o barril na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), com alta de 0,4%, depois da divulgação dos dados sobre os estoques de petróleo nos EUA. Na segunda-feira, o preço do barril cruzou a marca dos US$ 100 pela primeira vez desde dezembro. O salto é o exemplo mais recente de como o boom na produção na América do Norte não é garantia de abundância de petróleo — nem de preços baixos. O número crescente de barris que está chegando às refinarias da Costa do Golfo está sendo transformado em combustível e exportado. Ao mesmo tempo, o inverno intenso nos EUA este ano está ajudando a aumentar o consumo de combustíveis destilados, uma categoria que inclui o óleo usado na calefação de residências. “O aumento recente é um sinal saudável de que alguns gargalos estão sendo desatados”, diz John Brynjolfsson, diretor de investimento do fundo de hedge Armored Wolf LLC, que administra cerca de US$ 1 bilhão. Brynjolfsson está apostando que os futuros de petróleo na Nymex vão subir, superando o preço do petróleo Brent, que é uma referência para o petróleo europeu usada por muitos investidores como indicador dos preços mundiais do produto.O petróleo está sendo negociado atualmente na Nymex com um desconto de cerca de US$ 9 por barril em relação ao Brent, comparado com uma diferença de US$ 15 no início de janeiro. A redução é um reflexo da dificuldade de se levar o petróleo de Cushing, no Estado de Oklahoma, até onde ele é necessário. Brynjolfsson estima que o spread vai continuar diminuindo nos próximos meses e acabar chegando a zero. A diferença de preço entre os dois contratos por algumas vezes ultrapassou US$ 25 o barril em 2011 e 2012, antes da construção de grande parte da infraestrutura de armazenamento e transporte para absorver o aumento da produção americana. Brynjolfsson não é o único apostando que os preços do petróleo nos EUA vão subir. O número total de apostas otimistas de fundos de hedge e outros gestores de recursos atingiu um pico de cinco meses no mercado americano de futuros de petróleo, avaliado em US$ 163 bilhões, segundo a Comissão de Negociações com Futuros de Commodities (CFTC).
(The Wall Street Journal, 13/02/2014)