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Para atingir inflação de 4,5% em 2016, BC diz precisar de ‘ancoragem fiscal’

O Banco Central informou nesta quinta-feira (24) que – apesar de as estimativas do mercado financeiro estarem subindo para o ano que vem, se distanciando da meta central de 4,5% fixada para 2016 – segue perseguindo este objetivo para o próximo ano.
O diretor de Política Econômica da instituição, Luiz Awazu, acrescentou, porém, que a política de definição de juros necessita de uma “ancoragem fiscal” (busca pelas metas fiscais e crença de que elas serão atingidas) para assegurar que a inflação chegue à meta de 4,5% no ano que vem.

“A política monetária necessita dessa ‘ancoragem fiscal’ para assegurar a convergência da inflação a meta [de 4,5%] no final de 2016”, declarou o diretor a jornalistas.

Segundo ele, o Banco Central trabalha com os parâmetros públicos fixados para os objetivos fiscais (meta de superávit de R$ 8,7 bilhões em 2015, ou 0,15% do PIB, e de 0,7% do PIB, ou R$ 43,8 bilhões para 2016) para todo o setor público consolidado, e tem confiança de que eles serão atingidos.

“Acreditamos e usamos as metas hoje anunciadas. Acreditamos que elas têm condições de serem endereçadas e acreditamos que a situação que estamos atravessando é onde temos de ter discernimento de separar prêmios de risco excessivos e a situação de retorno à normalidade que esperamos acontecer para a situação de manutenção com segurança do nível atual da taxa de juros, que nos parece a estratégia adequada para assegurar a convergência da inflação a meta de 4,5% no final de 2016”, declarou Awazu.

Piora dos indicadores com deterioração de metas fiscais

Ele afirmou ainda que a deterioração dos objetivos do governo para os superávits primários – a economia feita para pagar juros da dívida pública – nos últimos meses, com revisão das metas, tem impactado a “maneira como os agentes perceberam a evolução de riscos no nossa economia”.

Segundo o Banco Central, depois que o governo anunciou a revisão das metas fiscais para 2015 e para 2016, no final de julho, e após o envio do orçamento do ano que vem com déficit para o Congresso Nacional (decisão posteriormente revertida, com o objetivo de 0,7% do PIB de superávit primário retomado e novas medidas sendo anunciadas), houve alta do dólar e aumento dos juros, captado pela curva futura.

“Nesse período de revisão, o câmbio [dólar] começou a evoluir de maneira mais desfavorável a partir da primeira revisão de metas [em julho], e mais ainda, quando por dificuldades inerentes ao processo de negociação fiscal, houve envio do orçamento de 2016 ao Congresso apontando déficit primário. As frustrações do mercado em relação a estas metas levaram a uma deterioração da percepção de prêmios de risco para o pais, que levaram ao evento da perda do grau de investimento por uma das agências de notação de risco soberano”, disse Awazu.

‘Discernimento’ para identificar ‘excessos’

Apesar da deterioração dos prêmios de risco, explicitados na curva de juros futura e do dólar, o diretor afirmou que o BC entende a estratégia de manter os juros estáveis em 14,25% ao ano, por um período suficientemente prolongado, pois é preciso “identificar” se há “excessos” nestes indicadores. Também é preciso, segundo ele, que o BC permaneça atento ao “componente fiscal”.

“Estamos em um contexto onde temos de olhar com muita calma e discernimento. Não é complacência. Para separarmos o que são elementos de prêmios de risco de elementos mais estruturais [com impactos mais duradouros na economia]”, declarou ele.

“Não é possível saber se essas elevações de prêmio de risco [com alta do dólar e dos juros no mercado futuro] são transitórias ou permanentes. O BC deve se manter vigilante caso haja desvios significativos das previsões [de inflação] em relação às metas [centrais de 4,5%, fixadas para 2016 e 2017]”, declarou Luiz Awazu a jornalistas.

Fatores que influenciam a inflação de 2016

Segundo o diretor do Banco Central, há diversos fatores que atuam sobre a expectativa de inflação para o próximo ano. Ele citou, por exemplo, a alta dos prêmios de risco, como a alta do dólar – que pressiona a inflação, pois os insumos e produtos importados ficam mais caros – assim como a deterioração do quadro fiscal, pois metas fiscais menores implicam em mais gastos.

Por outro lado, ele observou que há desaceleração da atividade econômica, com a economia brasileira estando atualmente em recessão técnica, e uma “distensão” do mercado de trabalho, com o aumento do desemprego e impacto na renda. Esses são fatores que atuam para conter as pressões inflacionárias.

“Temos de prosseguir com a poliica montaria já iniciada [de manter os juros estáveis por um período suficientemente prolongado de tempo], identificar excessos nos prêmios de risco e permanecer atentos ao compomente fiscal do processo em curso”, declarou o diretor de Política Econômica, Luiz Awazu.

Segundo ele, apesar de as projeções estarem acima da meta central de 4,5% para 2016, o trabalho desenvolvimento pelo Banco Central é “bastante positivo” pois mostra uma queda do IPCA no ano que vem. “Para mostrar que ano que vem não vai ser de descontrole inflacionário. Isso dá segurança para nossos concidadãos e empresários. É um elemento importante de estabilidade. É suficiente? Não. Nosso objetivo continua sendo a meta de 4,5% no final de 2016”, afirmou.

(G1 – 24/09/2015)

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