Os juros futuros fecharam em alta firme, reagindo às declarações feitas pelo diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Luiz Carlos Awazu, durante evento em São Paulo. Chamou a atenção dos agentes afirmação de que o Banco Central vai “continuar o trabalho iniciado em abril de 2013”, entendido por agentes como uma indicação de continuidade do ciclo de aperto monetário. Awazu – considerado o integrante do Copom com viés mais “dovish” -, afirmou ainda que o BC continua “trabalhando para traer o IPCA para a meta”. “Continuamos trabalhando, não há nenhuma fatalidade que obrigue o Brasil a ter inflação acima da meta”, acrescentou. “O Banco Central está aparelhado e agindo para assegurar a estabilidade monetária à frente, trabalhando para trazer o IPCA par amais perto da meta no futuro próximo”, reiterou. Operadores reconhecem que é cedo para que o Banco Central assuma qualquer compromisso com a próxima reunião, que acontecerá apenas nos dias 27 e 28 deste mês. E observam também que as declarações de Awazu podem ser relativizadas diante de afirmações menos “hawkish” feitas por outros diretores recentemente, inclusive pelo presidente do BC, Alexandre Tombini. “De todo modo, o fato é que ele introduziu uma dúvida que não havia antes, de que o BC pode prosseguir com o ciclo”, observa um especialista. Em reação, os juros futuros ampliaram a alta, após um período de queda firme das taxas. No fechamento, DI janeiro/2017 tinha taxa de 12,20% (12,12% no ajuste de ontem). DI janeiro/2016 subia a 11,92%, de 11,84%.
(Valor – 08/05/2014)