Os investimentos estrangeiros diretos (IED) no Brasil caíram 3,9% em 2013 em comparação com o ano anterior, mas se mantiveram em um nível historicamente alto, segundo um relatório da agência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) divulgado nesta terça-feira. O Brasil recebeu no ano passado US$ 63 bilhões em IED – que é considerado por muitos economistas o ‘investimento bom’, já que esse dinheiro vem do exterior para a construção de fábricas, infraestrutura, empréstimos internos feitos por multinacionais e fusões e aquisições de empresas. No ano anterior, havia recebido US$ 65 bilhões. O relatório da Unctad destaca que os IED subiram 11% no ano em todo o mundo, atingindo US$ 1,46 trilhão. Os países emergentes são os principais recipientes destes recursos – representando 52% do total. O Brasil caiu da 4ª posição para a 7º no ranking mundial dos maiores recipientes em 2013. O país também teve a pior variação entre os Brics (grupo que reúne ainda a Rússia, a China, a Índia e a África do Sul). “Ainda assim, essa queda deve ser vista dentro do contexto de forte crescimento nos últimos anos que elevaram os IED no Brasil para altas históricas.” Entre 2000 e 2006, o Brasil recebeu em média US$ 20 bilhões por ano. Desde 2011, a média é três vezes maior – superior a US$ 60 bilhões. Segundo a Unctad, o Brasil segue uma tendência de queda de IED verificada na América do Sul. O subcontinente viveu nos últimos três anos um ‘boom’ provocado por altos preços de commodities que estaria chegando ao fim. “A queda nos preços de commodities parece ter colocado um fim a esse ‘boom’ de IED, especialmente em países como Chile (com queda de 33% nos investimentos) e Peru (queda de 2%)”, diz o relatório. Na Argentina e no Paraguai, houve queda de 13% e 32%, respectivamente.
(G1 – 28/01/2014)