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Etanol deve fechar ano em queda com menor demanda dos EUA

(combustivel)
Apesar de uma safra de cana-de-açúcar majoritariamente alcooleira, as exportações brasileiras de etanol devem fechar o ano no negativo na comparação com 2012. Na avaliação de especialistas e representantes do setor, o enfraquecimento da demanda por parte dos Estados Unidos deve reverter, no restante do segundo semestre, o incremento de quase 50% observado no acumulado do ano até julho. Isso porque os norte-americanos têm dado preferência ao biodiesel em detrimento do etanol de cana como forma de preencher a cota de biocombustíveis avançados, estipulada pelo Renewable Fuel Standard (RFS), o programa de combustíveis renováveis do país.
O biodiesel é feito, basicamente, a partir de soja, cujos preços em níveis baixos têm estimulado sua produção. ‘A margem para (os produtores de) biodiesel está muito boa’, diz José Dirlei Marcello, gerente de Planejamento da corretora SCA Etanol do Brasil. Ele explica que a preferência pelo biodiesel deve se intensificar nos últimos meses do ano com a entrada da safra de soja norte-americana. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima produção de 93 milhões de toneladas do cereal, 13% superior à 2012/13, o que deve baixar ainda mais as cotações da oleaginosa.
Até junho, o Brasil exportou 498 milhões de litros de etanol para os EUA, crescimento de 75% ante os 283,9 milhões verificados no primeiro semestre de 2012, aponta a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), que ainda não tem o detalhamento de vendas referente a julho. Pelo último RFS, os EUA têm de usar 2,75 bilhões de galões (10,40 bilhões litros) de biocombustíveis avançados dentro da matriz energética nacional.
Milho e mercado interno
A soja, contudo, não deve ser o único cereal a afetar, indiretamente, as exportações brasileiras de etanol. De acordo com Márcio Perin, analista da Informa Economics FNP, a safra de milho norte-americana deve derrubar os preços do biocombustível nos EUA, que o produz justamente a partir do cereal. O USDA prevê que a produção de milho crescerá quase 30% em 2013/14, para 354 milhões de toneladas. Como o etanol de cana ao entrar no mercado dos EUA sofre paridade com o de milho negociado na Bolsa de Chicago (CBOT), o embarque torna-se desvantajoso para as usinas brasileiras, que já têm de arcar com os custos de frete e transferência, explica.
A demanda doméstica, mesmo que de forma modesta, também tem segurado mais etanol no Brasil. Desde o início do ano, incentivos ao setor, como aumento da mistura de anidro na gasolina e isenção da alíquota PIS/Cofins, contribuem para vendas internas mais aquecidas na comparação com o ano passado. Só no acumulado da safra de cana até a primeira quinzena de julho, foram vendidos 6,09 bilhões de litros no mercado interno, aumento de 23,10% em relação a igual período da safra 2012/13, conforme levantamento da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).
Celso Junqueira Franco, presidente da União dos Produtores de Bioenergia, pondera, contudo, que o consumo doméstico ainda está aquém do potencial, principalmente por que o preço da gasolina permanece subsidiado. Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que há mais de dois meses o biocombustível é competitivo em relação à gasolina apenas em Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. ‘Éramos para estar com um consumo 20% maior. O consumidor até reagiu (aos estímulos), mas lentamente’, diz.
(Agência Estado, 07/08/13)

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