Depois de um rali de alta das moedas emergentes em fevereiro, a piora no cenário externo trouxe uma interrupção do movimento de recuperação dessas divisas. Hoje, o dólar voltou a subir com força ante o real, impulsionado por dados mais fortes do mercado de trabalho americano, que reforçaram a perspectiva de fortalecimento da economia dos Estados Unidos e dão tranquilidade para o Federal Reserve manter o ritmo de redução de seu programa de estímulos monetários. Além disso, a tensão entre Rússia e EUA na crise na Ucrânia e os riscos vindos do mercado de crédito da China, após a notícia do primeiro calote no mercado corporativo de dívida, trazem um cenário mais pessimista para as moedas emergentes no curto prazo. No mercado local, o dólar comercial subiu 1,16% a R$ 2,3480, encerrando a semana em alta 013%. Já o contrato futuro para abril avançava 0,91% para R$ 2,361. O mercado de trabalho nos EUA mostrou uma retomada em fevereiro. No mês passado, foram criadas 175 mil vagas, acima da projeção dos analistas que esperavam a abertura de 152 mil postos de trabalho. Já a taxa de desemprego apresentou uma leve alta para 6,7% em fevereiro, ante 6,6% em janeiro. A divulgação dos números mais fortes acalmou temores sobre uma desaceleração mais consistente no mercado de trabalho do país e sugeriu que os dados mais fracos dos últimos meses foram influenciados pelo rigoroso inverno. A notícia provocou uma alta das taxas dos Treasuries, levando a um fortalecimento do dólar frente às principais moedas, com muitos investidores aproveitando para realizar lucros após a valorização de boa parte das divisas emergentes em fevereiro. O Dollar Index, que acompanha o desempenho da divisa americana frente a uma cesta de moedas, subia 0,10%. Além disso, a notícia do primeiro default dos bônus de uma empresa na China trouxe a preocupação em relação ao mercado de crédito no país , que pode implicar em políticas mais restritivas e impactar o crescimento da segunda maior economia do mundo.
(Valor – 07/03/2014)