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Dólar fecha em alta diante de preocupações com a política fiscal

O dólar subiu frente ao real diante de incertezas sobre a condução da política econômica no segundo mandato do governo Dilma Rousseff. Notícias sobre o cálculo do superávit primário neste ano causaram questionamentos sobre a disposição do governo em promover ajuste na área fiscal, vista como o ponto mais frágil da política macroeconômica neste momento, impulsionando a busca pela moeda americana. O dólar comercial subiu 0,26%, encerrando a R$ 2,5563. Já o contrato futuro para dezembro avançava 0,14% para R$ 2,569. O governo encaminhou nesta terça-feira ao Congresso Nacional um projeto de lei que permite o abatimento dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as desonerações tributárias da meta de superávit primário deste ano. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em vigor fixa um abatimento máximo de R$ 67 bilhões, mas o novo projeto propõe a eliminação desse limite. Entre as justificativas do governo para eliminar o teto do abatimento estão a queda no crescimento econômico e o impacto sobre as receitas. “Ninguém esperava que o governo fosse cumprir a meta de superávit neste ano. A notícia de hoje só aumenta o ceticismo do mercado com relação à materialização do discurso de mudança da presidente Dilma Rousseff”, afirma Jankiel Santos, economista-chefe do BES Investimentos do Brasil. A política fiscal é vista como o ponto mais crítico pelos investidores da atual política econômica, pelo uso de manobras fiscais e redução do superávit primário. “A notícia de hoje traz dúvidas sobre a transparência dos dados na área fiscal, o que é muito ruim”, afirma Italo Abucater, especialista em câmbio da Icap Corretora. A demora do governo em anunciar o novo ministro da Fazenda e medidas de ajuste na área fiscal tem aumentado a desconfiança no mercado sobre a disposição da presidente Dilma em promover mudanças para retomar a confiança dos investidores. A presidente informou que só anunciará a nova equipe econômica após o retorno da reunião de Cúpula do G20 em 17 de novembro. “Enquanto isso não acontecer, o ceticismo deve prevalecer no mercado”, afirma Santos, do BES. A menor participação dos investidores estrangeiros no pregão de hoje, por conta do feriados nos Estados Unidos e na França, também contribuiu para a aumentar a pressão de alta da moeda americana, uma vez que os investidores locais têm sido mais ativos na compra de dólares, diante do pessimismo com a economia doméstica. Mais cedo, o BC vendeu todos os 4 mil contratos de swap cambial ofertados no leilão do programa de intervenção, além de rolar mais 9 mil papéis do lote de US$ 9,83 bilhões em swaps que vence em 1º de dezembro. Lá fora, notícia de que o Japão pode adiar uma alta planejada no imposto nacional contribuiu para a umentar o apetite por ativos de risco, que sustentava a alta de algumas divisas emergentes como o dólar australiano, o rand sul-africano e o peso mexicano. Já o rublo caía 0,92% frente ao dólar depois que o banco central da Rússia resolveu liberar o câmbi o e deixar a moeda flutuar livremente, após ter gasto mais de US$ 30 bilhões de suas reservas sem ter conseguido segurar a desvalorização do câmbio. A moeda russa tem sido pressionada pela expectativa de deterioração do crescimento econômico no país devido às sanções impostas pelos Estados Unidos e pela Europa por causa da crise na Ucrânia e também pela queda do preço do petróleo, principal produto exportado pela Rússia.

(Valor – 11/11/2014)

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