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CNI mantém pessimismo, mesmo com recuperação da atividade em julho

Mesmo com uma recuperação da atividade industrial em julho, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) continuou pessimista e reduziu a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do setor em 2014. A entidade patronal espera que o PIB industrial caia 1,7% neste ano, ante uma estimativa anterior, feita no final de julho, de queda de 0,5%. Essa retração mais forte será puxada pela indústria de transformação, cujo PIB deve se reduzir 2,5% ante previsão anterior de retração de 1%.
“As duas quedas consecutivas [no PIB] levaram a revisão”, explicou o gerente-executivo de Política Econômica, Flávio Castelo Branco. A mudança feita neste momento pela CNI foi extraordinária, já que esse dado é recalculado trimestralmente. Sendo assim, ele deveria ser alterado apenas na divulgação dos indicadores do terceiro trimestre, em outubro. A entidade também cortou a previsão do PIB do país para 0,5% em 2014, ante uma estimativa anterior de 1%. Em contraste, os dados de produção dos “Indicadores Industriais” de julho vieram positivos após quatro meses consecutivos de queda, em consonância com o resultado da produção industrial divulgado na terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Capacidade instalada
O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) da indústria brasileira subiu 0,6 ponto percentual entre junho e julho, com ajuste sazonal, chegando a 81%. O indicador era de 80,4% em junho. Já na comparação com julho de 2013, quando o uso da capacidade foi de 82,4% na série com ajuste sazonal, o Nuci da indústria caiu 1,4 ponto percentual. As horas trabalhadas seguiram a mesma trajetória do Nuci, com alta ante junho e queda frente ao mesmo mês de 2013. Esse indicador, na série dessazonalizada, avançou 2,6% frente a junho, mas caiu 2,3% ante o sétimo mês de 2013. De acordo com Castelo Branco, parte dessa alta se deve à influência da Copa do Mundo. “O efeito foi mais forte em junho e, portanto, puxou os resultados para baixo naquele mês. Houve acomodação em julho”, explicou. Apesar da alta, Castelo Branco indica que a tendência para o ano continua em queda. Na comparação de janeiro a julho deste ano ante o mesmo período de 2013, a retração é de 1,6 ponto percentual para o Nuci e de 2,3% para as horas trabalhadas na produção. O economista da CNI discorda da avaliação do governo de que essa retração se deve em grande parte à crise internacional. “Quando se olha para as contas nacionais, há uma correlação forte entre a formação bruta de capital fixo e o desempenho da indústria”, disse ele. Castelo Branco cita “as incertezas na economia” como causas para o baixo investimento. Essa incerteza vem “dos problemas hídricos, que influenciam o custo de energia e prejudicam investimento, e a inflação, batendo no limite superior da meta neste ano”.
Emprego
Outra preocupação da CNI é com os indicadores de ocupação. O nível de emprego caiu 0,2% em julho ante junho no dado dessazonalizado, mesma queda apurada na massa salarial real. “As variáveis do mercado de trabalho foram afetadas pelo baixo desempenho da produção industrial. Como ela tem inércia grande, essa reversão gera uma preocupação grande”, disse ele. A queda na massa salarial real aconteceu em detrimento de um crescimento de 0,1% no rendimento médio real, também na comparação entre junho e julho e com ajuste sazonal.
(Valor – 04/09/2014)

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