O nível de atividade industrial, registrado por meio das horas trabalhadas na produção, teve queda de 1,8% nos quatro primeiros meses deste ano, o que representa o maior recuo, para este período, desde 2009 (-9%), informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira (3). Em 12 meses até abril, a retração foi maior ainda: 5,9%.
“O ritmo da atividade industrial anda muito fraco. As dificuldades da economia se refletem na indústria, até por conta dos importados. Tem a ver com o quadro de inflação, que corrói o poder de compra das famílias, e de elevação da taxa de juros, que durou pouco mais de um ano e se encerrou há pouco, além do endividamento das famílias”, avaliou o chefe da Unidade de Política Econômica da CNI, Flavio Castelo Branco. A queda do nível de atividade industrial ainda não atingiu, entretanto, no faturamento da indústria. De acordo com números da entidade, o faturamento real subiu 0,7% de janeiro a abril de 2014, contra o mesmo período do ano passado. O emprego na indústria, por sua vez, cresceu 1,2% nessa comparação, enquanto a massa salarial registrou expansão de 5,3%.
Dados de abril
Somente em abril deste ano, os números da CNI mostram que a atividade industrial (horas trabalhadas na produção) registrou estagnação (queda marginal de 0,1% sobre março), ao mesmo tempo em que o faturamento real teve alta de 2,7%. O emprego no setor recuou 0,6% e a massa salarial média caiu 1,3%.
“Os dados da indústria em abril seguem mostrando desaquecimento da atividade, como sinalizado em março. A diferença mais significativa entre os resultados dos dois meses é que o faturamento real retomou o crescimento modesto em abril, com alta de 2,7%, dando sequência à sua trajetória de volatilidade [variação] em 2014”, avaliou a Confederação Nacional da Indústria.
Uso do parque fabril
Já o nível de uso do parque fabril (utilização da capacidade instalada), após ajuste sazonal, ou seja, sem considerar as variações de produção conforme a época do ano, somou 81,1% no fim do mês de abril – mesmo patamar do mês anterior. Frente a abril de 2013, porém, houve uma queda de 2,1 pontos percentuais nesse indicador, informou a CNI. “Comparando a média do primeiro quadrimestre de 2014 [janeiro a abril], com a de 2013, a retração é de 1,2 ponto percentual”, acrescentou a entidade.
(G1 – 03/06/2014)