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Atividade industrial paulista cai 1,9% no mês e março é o pior desde 2002

A performance da indústria de São Paulo registrou queda de 1,9% em março deste ano com relação a fevereiro, segundo dados com ajuste sazonal do Indicador de Nível de Atividade da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp). O resultado é o pior da série histórica da pesquisa para o mês de março e corrobora para uma perspectiva ainda mais pessimista para o desempenho da indústria este ano. Segundo Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon), responsável pelo levantamento de conjuntura da indústria da Fiesp e do Ciesp, o arrefecimento da indústria deve ser ainda mais severo do que esperado. De acordo com Francini, o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria de transformação, em queda de 0,8% em 2014 segundo previsão das entidades, deve encerrar o ano ainda menor que o estimado. “O carregamento estatístico ficou muito negativo e ficamos em dúvida se iremos atingir a projeção de -0,8%, ou seja, a queda pode ser mais expressiva”, afirma Francini. Na comparação com meses de março dos anos anteriores, o resultado deste ano é o pior da série histórica do indicador, iniciada em 2002. Francini esclareceu que mesmo com a ocorrência atípica do carnaval no terceiro mês do ano, o resultado ainda é pior que o esperado. Em março de 2011, por exemplo, houve o feriado de carnaval, resultando em menos dias de produção para a indústria, mas o desempenho do setor manufatureiro na ocasião foi de 6,3%. O mesmo aconteceu em 2003, mas a atividade industrial subiu 6,9%.

“O carnaval sempre dá um resultado pior, comparativamente, para o mês. Porém, já houve outros anos que o carnaval ocorreu em março e nem isso tirou deste ano de 2014 a posição de ter sido o pior entre os marços que tiveram carnaval”, explica o diretor do Depecon. O comportamento negativo da indústria automotiva puxou o indicador de atividade para baixo em março. Segundo a pesquisa da Fiesp e do Ciesp, o índice Veículos Automotores registrou baixa de 1,5% na performance industrial, na leitura com ajuste sazonal, uma vez que a variável Vendas Reais caiu 3,6%. Segundo a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), as vendas de automóveis, com exceção de máquinas agrícolas, caíram 3% em março com relação a fevereiro, descontados os efeitos sazonais.

“A indústria automobilística entrou numa dificuldade que não era esperada por conta de fatores que se somam: a redução da confiança do consumidor e a questão do crédito apertando”, afirma Francini. A indústria de Minerais não Metálicos também contribui para a baixa atividade da indústria de transformação em março com uma queda de 2,3% em seu desempenho em comparação a fevereiro, com ajuste sazonal. O declínio das vendas de materiais de construção no mês chamou a atenção. O desempenho da cadeia de Celulose, Papel e Produtos de Papel também foi baixo, caindo 0,6% na leitura mensal com ajuste sazonal. Amplamente dependente de exportações, o setor sofreu com a queda de 7,9% das vendas externas, de acordo com informações da Funcex. Na comparação trimestral, a atividade da indústria nos primeiros três meses deste ano caiu 7,1% com relação ao mesmo período do ano anterior. Com relação a março de 2013, o desempenho do mês passado caiu 10,1%. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) ficou em 80,2% em março contra 80,7% em fevereiro deste ano.

Indústria em 2015

Na avaliação do diretor da Fiesp e do Ciesp, o próximo ano é “emblemático” para a indústria e a economia em geral por coincidir com o início de um novo governo. E ainda que ajustes venham a ser feitos pelo novo governo, os eventuais resultados positivos dessas medidas não devem ser sentidos de imediato em 2015, mas pode preparar um possível cenário melhor para os anos seguintes do mandato (2015-18).

“Você tem o problema de desalinhamento de preços que vai precisar corrigir, tem um problema de política fiscal, de previdência, trabalhista. Há um elenco de problemas e reformas que são necessárias. Se não aproveitar o início de mandato para fazer, não faz. E o país requer que seja feita urgentemente”, alerta Francini.

(Agência Indusnet Fiesp – 05/05/2014)

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