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Queda dos juros e valorização do real estabilizam custos da indústria

Os custos industriais subiram 0,1% no quarto trimestre de 2016 em relação ao período imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais. Foi o segundo trimestre consecutivo de estabilidade no indicador. Mesmo assim, os custos da indústria brasileira subiram, em média, 5,2% no ano passado em relação a 2015. As informações são do Indicador de Custos Industriais, divulgado nesta quinta-feira, 20 de abril, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O Indicador de Custos Industriais é formado pelos índices de custo tributário, de capital de giro e de custos com a produção. De acordo com a CNI, índice de custo tributário caiu 1,0% no quarto trimestre de 2016 na comparação frente ao período imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal. Na mesma base de comparação, o índice de custos com capital de giro recuou 5,4%. Foi o terceiro trimestre consecutivo de queda do índice.

O índice de custo com produção subiu 0,5%, puxado pelas despesas com pessoal, que aumentaram 1,1%. Os custos de produção também incluem os custos com energia, que tiveram alta de 0,4%, e com a compra de bens intermediários, com aumento de 0,3% no quarto trimestre na comparação com o terceiro trimestre de 2016, na série de dados dessazonalizados.

A economista da CNI Maria Carolina Marques destaca que a estabilidade dos custos industriais é resultado da queda de alguns custos que subiram muito em 2015 e no início de 2016. “A valorização do real reduziu os custos com insumos importados e a queda dos juros diminuiu os custos com capital de giro. Além disso, na média anual, houve uma pequena queda nos custos com energia”, afirma a economista. “Mas as quedas foram pequenas diante dos aumentos expressivos que esses custos tiveram no período anterior, entre 2014 e 2015”, lembra.

MARGEM DE LUCRO – Enquanto os custos ficaram praticamente estáveis, os preços dos produtos industrializados subiram 0,5% no quarto trimestre frente ao período imediatamente anterior, com ajuste sazonal. “Esse é o quinto trimestre seguido em que os preços de manufaturados subiram mais que os custos industriais, o que não ocorria desde 2009/2010”, observa a CNI. Os preços dos produtos industrializados tiveram uma alta média de 8,2% no ano passado. A diferença em relação aos custos permitiu a recomposição da margem de lucro das empresas.

“As margens de lucro das empresas foram compridas entre o final de 2014 e o final de 2015. O crescimento dos custos abaixo do aumente de preços no período recente contribuem para a indústria se recuperar dessa perda”, afirma Maria Carolina.

Além disso, com a estabilidade dos custos, os produtos brasileiros ganharam competitividade no trimestre, porque os preços em reais dos manufaturados importados subiram 0,6% no quarto trimestre de 2016. No mercado dos Estados Unidos, os preços em reais dos produtos industrializados aumentaram 1,8%. Nos dois casos, a alta, impulsionada pela valorização do real diante do dólar, foi superior aos custos industriais brasileiros, o que aumentou as chances de competição dos produtos nacionais.

Mas esse ganho de competitividade foi insuficiente para compensar as perdas registradas ao longo de 2016. Na comparação com o último trimestre de 2015, os custos industriais brasileiros caíram 0,2%, mas a queda dos preços em reais dos manufaturados importados no mesmo período foi de 19,4%. No mercado dos Estados Unidos, a queda foi de 13,7%.

(Agência CNI de Notícias – 20/04/2017)

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